31 de julho de 2013

Medicina, Um caso de Amor.

Hoje eu resolvi me lembrar a razão pela qual eu escolhi Cuidar de Vidas. Resolvi voltar a essência, ao basal.

Não fiz medicina por status ou dinheiro. Não vou ser hipócrita  e dizer que isso não pesou, mas essa não foi a verdadeira razão. Sempre soube que para bons profissionais sempre há bons empregos.

Uma vez uma sábia amiga me disse que a gente só era feliz quando fazia o que realmente amava. Pois bem a Medicina sempre foi meu amor. Ela era para mim como o cara mais badalado da escola, aquele que só as mais belas  e ricas se atreviam e tinham chance de se aproximar . Algo distante mas não impossível. Afinal a dificuldade de realizar nossos sonhos está diretamente relacionada com a nossa incapacidade de lutar por eles.



De alguma maneira eu sabia que só seria completa e realizada sendo médica. Diante dessa certeza comecei a correr atrás do meu sonho. Durante esses seis anos cheguei por diversas vezes a questionar a minha escolha, a minha sanidade. Mas diante de alguns momentos mágicos vinha certeza que essa era a Única escolha que me faria feliz...

A emoção do primeiro parto, olhar agradecido da mãe com seu filho nos braços. O sorriso roubado de um paciente que passou o dia com dor, a conquista da confiança de alguém cheio de prerrogativas errôneas contra você. O abraço agradecido do ente que perdeu um familiar mas que olhando nos seus olhos te diz: Obrigado doutora por todo o carinho e cuidado que você teve com ele. Aqueles pequenos detalhes que nos fazem ter certeza que cada noite não dormida, cada refeição não degustada valeu a pena!! E é exatamente essa certeza a razão pela qual eu fiz minha escolha!!


Bianca - A primeira criança que fiz o parto!!

Fiz medicina pelo olhar de gratidão, pela sensação de dever cumprido, por poder ajudar as pessoas nos seus momentos mais vulneráveis.  Fiz medicina pela sensação que tive hoje pela manhã quando fui evoluir minha paciente, uma senhora que vinha há alguns dias com intensas dores de difícil controle, e sua filha me olhou com o olhar agradecido e disse: Doutora ontem durante toda dor que ela sentia, a senhora foi a única que conseguiu fazê-la sorrir. Me sinto realizada durante uma ação social com pessoas humildes.

Fiz medicina por algo que vai além do que eu consigo expressar em palavras.

Aproximação... negociação... aceitação... Um abraço verdadeiro = Não tem preço 


Portanto, não me julgue de corporativista quando luto por um saúde mais digna para meus pacientes. Quando repito que saúde não se faz só com médicos. Não me julgue quando luto por melhores condições de atendimento.  Luto para que a medicina que tanto amo e respeito não seja deturpada, e acima de tudo, luto para que meus pacientes, independente de condição social ou financeira, tenho acesso a melhor saúde disponível.



Que mesmo em meio aos inerentes espinhos de todo jardim a beleza deste possa ser sempre admirada!!

A. Trieste

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